28.7.14

Passageiro no volante

Essas férias seguiam dentro da rotina até dias atrás, quando um susto em forma de acidente automobilístico cruzou os caminhos meu e de Arianne amada. Nada sofremos fisicamente, menos mal. Mas a inesperada e rapidíssima surpresa deixou rastro na memória.

Me lembrei de uma expressão que ouvira diversas vezes nas transmissões televisivas de corridas de automobilismo, só que nunca experimentara: o piloto "virou passageiro do carro". Pois foi uma situação em que o motorista aqui de repente se viu incapaz de evitar o movimento lateral do carro, apenas torcendo para o menor dos danos, e que tudo acabasse logo. Menos a vida, que derrepente congelou numa sequência fílmica de final inesperado.

Felizmente o caminhão que nos abalroou acabou nos protegendo de males maiores, porque o amassamento do nosso veículo é muito pouco perante o estrago que a situação poderia causar a nós e outros motoristas, passageiros e pedestres. O que nos permite concluir que nascemos de novo, sim, dada a possibilidade, que perfeitamente poderia ter sido real, de aquela avenida ter sido nossa última parada.

Quando me vi dentro do primeiro carro, bateu aquela sensação de "Uau, posso ir a qualquer lugar (trafegável) quando eu quiser!". Agora aprendi que o poder do motorista vai até onde o carro permite, e há momentos em que ele decide tomar o poder sem que o condutor nada possa fazer. É, não podemos ir sempre a qualquer lugar não...